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Walkscapes / O arquiteto Francesco Careri, professor da Università degli Studi Roma Tre, estará na PUC dia 10 de outubro apresentando seu livro "Walkscapes: o caminhar como prática estética", um trabalho de referência que discute a expansão do campo disciplinar da arquitetura e a crise das suas categorias interpretativas tradicionais a partir do caminhar como ato primário de transformação do território e construção da paisagem, ação estética e intervenção urbana.
O evento é uma iniciativa do Programa de Pós-graduação em Arquitetura da PUC-Rio, realizado em parceria com o Departamento de Artes e Design, o Curso de Arquitetura e Urbanismo e o Instituto de Estudos Avançados em Humanidades da universidade. 
A palestra será no auditório FB8 (edifício da Amizade, ala Frings, oitavo andar, com acesso pelo sexto andar), em espanhol. 
O livro, já publicado em inglês e espanhol com prefácio de Gilles A. Tiberghien, está sendo lançado agora pela editora Gustavo Gili em português. A apresentação da edição brasileira, escrita pela profa. Paola Berenstein Jacques, está aqui:
E o trabalho no qual Careri está envolvido - que inclui "walkshops" por várias cidades do mundo, e tem origem no grupo nômade Stalker, formado originalmente por jovens estudantes de arquitetura italianos - pode ser visto aqui:
http://www.osservatorionomade.net/


(na imagem acima, uma das muitas versões da New Babylon, a cidade-nômade de Constant - litografia, 1963)
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Vida e Morte na Amazônia / No caderno "Ilustríssima" da Folha de S.Paulo de ontem, um belo artigo sobre Thiago de Mello abre uma discussão importante sobre o estado de conservação de obras pouco conhecidas de Lúcio Costa na Amazônia: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2013/09/1347835-o-poeta-e-a-floresta.shtml

O autor, jornalista Claudio Leal, esteve recentemente nas casas projetadas por Lúcio Costa para o poeta e documentou seu estado atual. As fotos não foram publicadas no jornal, mas estão aqui, por gentileza do autor. E como estou citada na matéria, reproduzo abaixo também as respostas que dei às suas perguntas, na íntegra:

Casa em Porantim do Bom Socorro - primeiro projeto de Lucio Costa para Thiago de Mello, anos 70 (única incluída pelo próprio Lucio Costa em seu livro, "Registro de uma vivência")


Casa em Paraná do Ramos, segundo projeto de Lucio Costa para Thiago de Mello, anos 90


Casa em Porantim do Bom Socorro



Torreão, Porantim do Bom Socorro


Casa em Porantim do Bom Socorro

Casa na Freguesia do Andirá, terceiro projeto de Lucio Costa para Thiago de Mello, anos 90 (residência atual do poeta, que está bem conservada e não se inclui no contexto das casas de Porantim do Bom Socorro e Paraná do Ramos)
- Qual a importância arquitetônica das casas de Thiago de Mello em Barreirinha, projetadas por Lúcio Costa?
As casas são exemplares raros de inflexão da linguagem arquitetônica moderna - em seu caráter por princípio universalizante - a uma situação muito específica, do ponto de vista cultural, climático etc. E tem, por isso mesmo, um valor inestimável para o quadro da arquitetura no Brasil. Se Lucio Costa já havia trabalhado com procedimentos semelhantes num projeto dos anos 1940 - o Park Hotel de Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro, também com estrutura de madeira - aqui o contexto amazônico é determinante, e se soma ao fato da casa ter sido projetada para um poeta - ou seja, trata-se também de um produto do encontro de dois raros artistas brasileiros, e ao mesmo tempo um testemunho extraordinário do pensamento de Lucio Costa e do modo de habitar de Thiago de Mello.
- É válido o pleito do poeta amazonense de querer que os imóveis sejam tombados, pelo seu valor histórico e arquitetônico?
Mais que o tombamento, deve-se garantir a preservação das obras. O tombamento é um instrumento extremo, que por si só não garante a preservação da obra em sua integridade - como se vê pelo estado lastimável em que se encontram várias obras tombadas, constantemente ameaçadas pelo descaso e a má conservação, a começar pela própria obra máxima da arquitetura moderna no Brasil, o Ministério da Educação e Saúde (atual Palácio Capanema), no Rio de Janeiro, projeto em que a presença de Lucio Costa foi fundamental.
O que pode contribuir para a preservação das casas é o uso permanente e adequado às suas características arquitetônicas. Uma casa viva não morre. Além disso, sua valorização decorre também de uma consciência maior do valor cultural de uma obra como a de Lucio Costa, que por sua própria discrição e interioridade, não teve ainda o amplo reconhecimento que merece.

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Modos de Usar a Cidade
 
Foto: Fotografe modos inovadores e provocadores de usar a cidade, compartilhe no Instagram usando as hashtags #modosdeusaracidade e #projetoencontros.
As fotos postadas até 27 de setembro serão selecionadas pelas equipes da Bienal e do Projeto Encontros e expostas na estação Paraíso durante a X Bienal de Arquitetura. Serão aceitas fotos de qualquer cidade.
 
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As fotos postadas até 27 de setembro serão selecionadas pelas equipes da Bienal e do Projeto Encontros e expostas na estação Paraíso do metrô paulistano durante a X Bienal de Arquitetura (12 de out a 1 de dez). Serão aceitas fotos de qualquer cidade - Rio também, claro.