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2010 / Há muito tempo sinto um certo fastio nessas datas, mas este ano o Natal e o Reveillon serão diferentes. Vou atravessar estes dias preparando o meu presente para o cinquentenário de Brasília e os primeiros 10 anos da Casa de Lucio Costa. E que venha 2010.




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+ Lelé / O site ENTRE fecha o ano com um presente de Natal: uma excelente entrevista com Lelé, em que são discutidos a fundo os temas e problemas fundamentais envolvidos na sua prática projetual: racionalização, pré-fabricação, industrialização, tecnologia, mas também instinto e até sustentabilidade. Para Lelé, "não adianta discutir sustentabilidade da construção se não queremos trabalhar. É preciso enfrentar o problema da construção."

A entrevista - que é inédita - foi realizada por um então aluno e hoje professor do Curso de Arquitetura da PUC-Rio, Adriano Carneiro de Mendonça (autor também da foto acima, do canteiro de obras do hospital Sarah-Rio, inaugurado há poucos meses na Barra da Tijuca).

E tem ainda o projeto completo dos estudantes que venceram o concurso da Bienal de São Paulo. Entre aqui: http://www.entre.arq.br/


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2009 / O ano vai chegando ao fim, e os balanços se multiplicam. Eu vejo e leio tudo, até retrospectiva da Record. E também vou montando os meus próprios balanços.

Foi um ano difícil, de muitos enfrentamentos. Mas também fiz boas leituras. Foram estes os livros que mais me falaram:

Inteligência Brasileira, de Max Bense (Cosac Naify);
Um Século em Nova York. Espetáculos em Times Square, de Marshall Berman (Companhia das Letras);
Hélio Oiticica (Azougue, coleção "Encontros");
Estado Crítico. À deriva nas Cidades, de Guilherme Wisnik (Publifolha);
Los Angeles. The Architecture of Four Ecologies, de Reyner Banham (University of California Press);
Cartas Persas, de Montesquieu (com apresentação de Jean Starobinski, Martins Fontes).

O último, na verdade, ainda nem terminei, mas já tenho razões suficientes para inclui-lo aqui.

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Anarquitetura / Provavelmente esta não vem ao Rio. Em todo caso, São Paulo é logo ali. Entre 25 de fevereiro e 4 de abril, o Museu de Arte Moderna de São Paulo vai abrigar a exposição "Gordon Matta-Clark. Undoing Spaces". A exposição - a primeira retrospectiva do artista na América Latina - foi organizada pelo Museu de Arte de Lima, em colaboração com o Museu Nacional de Belas Artes do Chile e o Estate of Gordon Matta-Clark.

Composta de filmes, fotografias, croquis e anotações do artista, a mostra abre uma possibilidade imperdível de aproximação de obras geradas por uma confrontação direta com a arquitetura, como a W-Hole House (1973), Splitting (1974), Bingo (1974), Day’s End (1975), Conical Intersect (1978), Office Baroque (1977), Circus (1978), Garbage Wall (1970), Counter-Biennial (1971), Fresh Air (1972), Fake Estates (1973) e The Wall (1976) - esta, uma intervenção no Muro de Berlim.

Um pouco de Matta-Clark, afinal, há de fazer bem ao otimismo que embala hoje a arte e a arquitetura no Rio, ameaçando-nos de paralisia.
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Esquinas / Desde que os romanos espalharam a grid pelo mundo, é nas esquinas que boa parte da vida urbana, no seu sentido mais tradicional, se concentra. É aí que costumamos encontrar a padaria, o bar, a farmácia, a banca de jornal. Amigos combinam encontros, adolescentes se amontoam. Há toda uma rede de contatos triviais que parece mais palpável nas esquinas. E que bairro do Rio tem mais esquinas que o Leblon? Claro, foi numa delas que eu cruzei com ele outro dia.

Intrigada primeiro pelo som, ritmado e seco, estacionei o carro, peguei a câmera e arrisquei uma filmagem rápida, que depois coloquei no Youtube. E não é que o Leonardo Sandoval foi parar no programa do Jô Soares? Na entrevista, que foi ao ar ontem, ele contou que chega a ganhar até 360 Reais por dia, sapateando nas esquinas do Rio. Mas precisa carregar o tablado no ônibus, ou na cabeça, desde Copacabana. Quem quiser encontrá-lo, basta passar numa tarde de sol, no final de semana, pela Ataulfo de Paiva. Ele deve estar ali, em frente ao Rio Design.


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Talvez seja a primeira publicação dedicada a Lelé na França (e mesmo no exterior). Ele é o objeto principal do último número da revista "Le Visiteur", publicação semestral da Sociedade Francesa de Arquitetos. A edição, que é bilíngue (francês-inglês), compreende vários artigos sobre sua obra, por Laurent Salomon, Hugo Segawa, Claudia Estrela Porto, Maria Elisa Costa e outros - eu, inclusive. E também um texto sobre Sergio Bernardes, por Lauro Cavalcanti. Mais aqui: http://www.levisiteur.com/revue.php
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Na premiação da 8. Bienal de Arquitetura de São Paulo, ganhou destaque o edifício IMA, no campus da PUC-Rio, projetado pelos professores Marcos Fávero, Diego Portas e Andrés Passaro (Menção Honrosa na categoria Obras Construídas). Ver aqui:http://estilo.uol.com.br/album/bienal_internacional_arquitetura_2009_premiados_album.jhtm#fotoNav=10

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E não é que o Beni Barzellai, o Guilherme Lozinsky, a Mariana Magalhães e a Patrícia Tinoco - meus ex-alunos na PUC - superaram todas as dificuldades e venceram o concurso para estudantes da Bienal de Arquitetura de São Paulo? O objeto do concurso era o projeto de "um quiosque de serviços urbanos para usuários de parques públicos em São Paulo". Mais aqui:http://www.iabsp.org.br/concurso.asp?ID=126

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A imagem ao lado saiu n'O Globo de hoje. É o quanto se conhece, até agora, do projeto vencedor do concurso para a nova sede - a ser construída no Estácio - do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro. Sim, aquele concurso fechado, cujos critérios, participantes e comissão julgadora jamais foram divulgados, e que foi vencido pelo escritório do próprio Secretário Municipal de Urbanismo, eng. Sergio Dias. Será que só eu estranho?

Posto 12 / dez 09

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Sete perguntas para Sergio Dias / Se Obama respondeu a Yoani, por que não? Eis as perguntas que enviei hoje, por email, ao Secretário de Urbanismo do Rio de Janeiro:

1. Como o senhor vê as críticas que têm sido feitas a projetos de lei recentemente aprovados para o Rio de Janeiro, como o Porto Maravilha e o PEU das Vargens?

2. Como o senhor avalia o atraso de sete anos no processo de revisão do Plano Diretor do Rio de Janeiro?

3. Qual a sua posição com relação à discussão sobre a necessidade de revisão do projeto original para as Olimpíadas de 2016, em face do investimento já canalizado para a zona portuária?

4. Que espécie de formação o senhor considera mais adequada a um jovem que almeje um dia vir a ser Secretário de Urbanismo do Rio de Janeiro?

5. Quais, dentre os seus projetos urbanísticos - executados ou não - o senhor considera mais relevantes? Por que?

6. Quais têm sido os critérios utilizados pela Secretaria de Urbanismo na escolha de projetos arquitetônicos e/ou urbanísticos para o Rio de Janeiro?

7. O senhor estaria disposto a discutir suas propostas e projetos para o Rio de Janeiro com os arquitetos e urbanistas cariocas? Quais seriam suas condições para iniciar tal diálogo?